Ideia Fixa
Eduardo estava inquieto, um pouco além do habitual. Quem o observasse perceberia uma palidez em seu rosto, e também um suor na face e nos braços. Mas o observador poderia atribuir essas características ao calor sufocante daquela tarde.
Ninguém o observava, portanto. Eduardo estava a sós com ele mesmo, com os seus pensamentos martelando sua mente e fustigando a razão.
Uma ideia borbulhava em sua mente, quase como uma obsessão - ou seria uma obsessão já nessa altura? - e o impossibilitava de fazer ações simples como se alimentar ou sair da frente do computador.
Pesquisava videos pela internet, entrava em blogs, em periódicos eletrônicos, fóruns de discussão e outros meios que conseguisse encontrar para se informar.
Penhascos. Isso mesmo, penhascos. Essa era a ideia fixa que o fazia suar abundantemente e ter a cor da pele parecida com uma xícara de porcelana branca.
Após buscas demoradas pela internet, fazendo-o gastar horas na frente da tela, descobriu um penhasco do seu agrado.
Para sua sorte era ali perto. Exceto que o "perto" estava a 30 km de distância. Mas, para quem dispõe de um carro para se deslocar e um tanque cheio, não seria problema.
Saiu de casa. A obsessão assim permitiu que ele o fizesse. E foi em busca de seu penhasco. Levou lanternas, um lanche, uma corda, uma máquina fotográfica.
Ao chegar ao local, divisou o penhasco ainda com o auxílio da claridade, que emitia seus últimos raios, denunciando a chegada da noite.
Eduardo parou e observou. O penhasco era relativamente alto, e demandaria um esforço e também algum conhecimento do terreno. Nunca esteve ali antes.
bateu algumas fotos, aproveitando os últimos resquícios de luz. Sentou, comeu o lanche sem perder de vista o penhasco.
Quando finalmente a noite cobriu com o seu manto tudo ao derredor, ligou a lanterna e apontou-a ao penhasco. A falta de luz natural não o impediria de observá-lo.
Após umas duas ou três horas, enfim deu conta de si e pareceu despertar de um entorpecimento que o manteve sentado até aquele momento. Suas pernas formigavam.
Levantou-se. Olhou uma última vez para o penhasco.
Empreendeu o caminho de volta para sua casa.
Tomou um banho, fez mais um lanche e deitou.
No dia seguinte e em todos os outros dias nunca mais pensou naquele penhasco. As imagens tiradas com a máquina fotográfica as deletou sem olhar.
Eduardo estava pronto para a próxima obsessão.
FIM
Ninguém o observava, portanto. Eduardo estava a sós com ele mesmo, com os seus pensamentos martelando sua mente e fustigando a razão.
Uma ideia borbulhava em sua mente, quase como uma obsessão - ou seria uma obsessão já nessa altura? - e o impossibilitava de fazer ações simples como se alimentar ou sair da frente do computador.
Pesquisava videos pela internet, entrava em blogs, em periódicos eletrônicos, fóruns de discussão e outros meios que conseguisse encontrar para se informar.
Penhascos. Isso mesmo, penhascos. Essa era a ideia fixa que o fazia suar abundantemente e ter a cor da pele parecida com uma xícara de porcelana branca.
Após buscas demoradas pela internet, fazendo-o gastar horas na frente da tela, descobriu um penhasco do seu agrado.
Para sua sorte era ali perto. Exceto que o "perto" estava a 30 km de distância. Mas, para quem dispõe de um carro para se deslocar e um tanque cheio, não seria problema.
Saiu de casa. A obsessão assim permitiu que ele o fizesse. E foi em busca de seu penhasco. Levou lanternas, um lanche, uma corda, uma máquina fotográfica.
Ao chegar ao local, divisou o penhasco ainda com o auxílio da claridade, que emitia seus últimos raios, denunciando a chegada da noite.
Eduardo parou e observou. O penhasco era relativamente alto, e demandaria um esforço e também algum conhecimento do terreno. Nunca esteve ali antes.
bateu algumas fotos, aproveitando os últimos resquícios de luz. Sentou, comeu o lanche sem perder de vista o penhasco.
Quando finalmente a noite cobriu com o seu manto tudo ao derredor, ligou a lanterna e apontou-a ao penhasco. A falta de luz natural não o impediria de observá-lo.
Após umas duas ou três horas, enfim deu conta de si e pareceu despertar de um entorpecimento que o manteve sentado até aquele momento. Suas pernas formigavam.
Levantou-se. Olhou uma última vez para o penhasco.
Empreendeu o caminho de volta para sua casa.
Tomou um banho, fez mais um lanche e deitou.
No dia seguinte e em todos os outros dias nunca mais pensou naquele penhasco. As imagens tiradas com a máquina fotográfica as deletou sem olhar.
Eduardo estava pronto para a próxima obsessão.
FIM
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