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Mostrando postagens de abril, 2010

Passeios Virtuais

Semana passada eu viajei virtualmente por alguns museus (Museu Britânico em Londres, Museu do Prado em Madri, Museu da Igreja da sagrada Família, em Barcelona). Foi fantástico. Ver as imagens digitalizadas de pinturas, estátuas, porcelanas, foi de uma satisfação muito grande. recomendo a viagem. Eu me senti bem fazendo isso. Adquiri um pouco de cultura e também deleite. E claro, uma vontadezinha danada de conhecer todos esses lugares. Mas enquanto isso não é possível, temos aí a internet, excelente ferramenta de conhecimentos e informações. Fica o convite: digitem museus internacionais no Google ou em outro site de busca e sigam em frente na viagem. Será muito prazeroso e edificante, tenho certeza.

Passeio de Palhaços na XV

Como todos sabem (ou não sabem ainda), eu sou palhaço. E aproveito o post de hoje para falar da minha última intervenção coletiva: trata-se da caminhada que eu fiz junto com outros palhaços pela Rua XV de Novembro, no sábado dia 24/04. Foi ótimo. Estávamos em 14 palhaços (pelas minhas contas, talvez eu tenha esquecido alguém ou aumentado o número). Saímos do SESC, situado na Rua Amadeu da Luz. O SESC foi o local de encontro. E depois partimos pela rua XV. Nosso objetivo era a Praça DR. Blumenau. Era. Porque chegamos apenas no Castelinho da Havan. É que a brincadeira estava boa (interagimos com pedestres, atendentes de lojas, motoristas, famílias) Não estava nada programado sobre o que iríamos fazer. E deixamos a espontaneidade aflorar, assim como a sinceridade e improvisação. Vou resumir um pouco aqui: cantamos, rimos, contamos piadas, fizemos funcionárias de uma empresa de celular dançar com a gente, fizemos um funcionário com megafone anunciar o nosso passeio para quem pudesse ouvir)

História trágica e cômica

Outro dia eu saí de palhaço e fui lá na Universidade Regional de Blumenau. Sabe como é né? Um palhaço pode andar tranquilamente no ambiente eclético de uma universidade. Na teoria isso funciona assim. Na prática, entretanto, a Furb provou ser um lugar para testar o meu sangue frio! brrrrr. O real motivo da minha ida à Furb foi outro, e a história que estou escrevendo agora não estava planejada. Sem bem que, quando não sai conforme planejamos, tudo é maior: o riso, o susto, a indignação, o aprendizado. Entrando em um dos blocos da Universidade, logo no começo, encontrei um balcão, onde uma funcionária estava concentrada usando o computador. Quando eu me encostei no balcão, ela percebeu e levou um susto, dizendo inclusive com essas palavras, que havia levado um susto. Eu, que sou palhaço, olhei para trás e novamente para ela, perguntando o quê ela havia visto de tão assustador assim. Ela então me respondeu: -ah, nada de mais, é normal as pessoas andarem de palhaço por aí. Foi uma ironia.

Lei de Talião

ATENÇÃO - EU ESTOU DENTRO DESSE TEXTO TAMBÉM - A Lei de Talião eram conjuntos de normas que imperavam no Mundo Antigo, antes de Jesus. As pessoas demonstravam sua raiva e agressividade mais abertamente e isso era normal. Portanto, se eu fizesse um mal para alguém, poderia receber o mal de volta na mesma moeda. O chamado "Olho por olho, dente por dente". Se alguém mata um membro da minha família, eu posso matar um membro da família do assassino, para ficar com um exemplo. E isso foi bastante comum. Nos dias atuais, continua valendo o "Olho por olho, dente por dente", ainda que de maneira mais disfarçada, discreta, embora muitas vezes, com a mesma carga de raiva e agressividade. Já ouvi pessoas dizerem: se alguém fizesse mal a algum membro da minha família (leia-se estupro, assassinato) eu faria justiça com as próprias mãos. Esse pensamento é comum, embora não seja dito em locais públicos ou em meios de comunicação. Isso é dito em conversas privadas. Mas acontece. Por

Para pensar

Ontem assisti no jornal da RBS que algumas pessoas foram presas em Apiúna e quatro delas seriam encaminhadas para o Presídio Regional de Blumenau. Tá, então resolveram a questão da falta de espaço deste Presídio? Da lotação abusiva, que transformava pessoas em coisas? Porque eu me lembro que havia sido noticiado que nenhum preso seria encaminhado para lá.

O Silêncio dos Moribundos parte 2

Quando a minha avó estava doente e debilitada, incapaz de se locomover rapidamente e de sair de casa, muitas pessoas que a conheciam, sempre perguntavam por ela. - Manda um abraço para ela - diziam a maioria das pessoas, a respeito de minha vó. E eu sempre me perguntava: Por que essas pessoas não vão pessoalmente abraçar a minha avó, ao invés de mandarem abraços? E a resposta, encontrei em Norbert Elias, alguns anos depois: porque minha vó estava fragilizada, doente. E as pessoas que mandavam abraços, não queriam ver essas cenas. Vejam bem, não estou querendo culpar ninguém pelo fato de não visitarem minha avó, apenas compreendendo, através da sociologia, porque isso aconteceu. Lidar com a doença e com a morte é uma das grandes dificuldades das sociedades ocidentais modernas.

O Silêncio dos Moribundos

Norbert Elias, sociólogo alemão, nascido em 1897 e falecido no ano de 1990, escreveu alguns livros. Quando estava com quase 90 anos, escreveu um ensaio intitulado O Silêncio dos Moribundos, em que aborda a questão da velhice nas sociedades ocidentais modernas. As pessoas mais velhas tendem a ficar em casa, porque já não possuem a mobilidade da época da juventude. E também, porque estão mais propensas a terem doenças. Por causa disso, segundo Elias, os idosos que permanecem em casa, recebem poucas visitas de amigos e até mesmo de parentes. O motivo: contemplar a fragilidade de um idoso remete as pessoas à ideia da doença e da morte, esta um dos grandes tabus e mistérios. E por isso muitas pessoas velhas sofrem de solidão, de abandono. Porque apesar de terem uma idade avançada, nem por isso deixam de ser pessoas sociais, necessitadas de convívio tanto quanto as pessoas mais jovens e as crianças. Sábios apontamentes esses trazidos por Norbert Elias, que escreveu justamente essa obra quand