V.I.P

Era uma vez um homem muito prepotente. Se achava o tal. A cereja do bolo. Para ele todas as portas deveriam se abrir.

Detetava filas e odiava fazer o que a maioria das pessoas fazia. Queria o privilégio, o diferencial, ser VIP.

Um dia estava caminhando na rua e percebeu uma grande fila poucos metros adiante. Aquilo chamou sua atenção e foi correndo averiguar.

Obviamente não ficou na fila. Nem suportaria. Aquelas pessoas estavam todas pingando de suor por causa do sol rachante. Logo tratou de disfarçar, fingindo que conversava ao celular ao passo que se encaminhava para os primeiros lugares da fila.

- Ei, o amigo não pode ficar aqui não. Vai lá trás.
- Ora, deixe disso. Eu lhe pago 50 reais, que lhe parece? Uma boa quantia não é? Ganhar dinheiro assim de graça não é todo dia certo?
- Se o amigo deseja tanto passar na frente, pode ir. Não precisa pagar não.

Assim aquele homem furou a fila, orgulhoso de si. Logo a porta diante dele se abriu e uma mulher vestida de branco avisou:

- O próximo para tomar a injeção, pode entrar.

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