Sinais da Guerra

Acabei de assistir The Pacific, série da HBO que mostra o cotidiano de fuzileiros navais dos Estados Unidos da América durante a Segunda Guerra Mundial, no combate contra o Império Japonês.
Bastante violento, recheado de explosões, armamentos, efeitos especiais e muitas cenas fortes. A série de 10 episódios focaliza a vida de três fuzileiros navais: Robert Leckie, Eugene Sledge e John Basilone. Esses três homens existiram de verdade.
Não vou aqui entrar em detalhes, para manter a curiosidade acesa de que se interessar por The Pacific. Apenas adianto que essa série, produzida por Steven Spielberg e Tom Hanks é de uma poesia grande.
O que me chamou bastante atenção é a volta para casa desses fuzileiros navais. As contradições que suas vidas se tornam quando eles se deparam com a realidade - vida normal, com empregos normais, família, cotidiano pacato, bem diferente dos embates com os japoneses, das mortes constantes, dos ferimentos, da lama, chuva, fome, frio, insensibilidade.
Enquanto estavam no front de batalha, andavam sempre com uma arma debaixo do braço e tinham permissão para matar. Quando retornaram, encontraram as regras sociais de sempre: a vida tinha valor novamente.
A guerra era a exceção e não a realidade. Muitos desses fuzileiros navais custaram a se recuperar, a se adaptar e muitos nunca conseguiram. Não só da segunda guerra mundial, mas como de qualquer guerra. O que nos leva a crer que um confronto armado é sempre insano, bruto e cruel com os soldados, porque estes acabam fazendo ou se deparando com situações que mexem com o seu psicológico para sempre. E como terão uma vida normal depois disso, se a memória nunca esquece?

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