Peixe no Aquário - quinta parte
Cada passo dado era como se estivesse sonhando. Isso estava realmente acontecendo? Eu estava indo para o seu apartamento, onde ela morava sozinha! Adeus Vale do Loire! Façam bom proveito do passeio, colegas de intercâmbio! Porque estou com minha morena francesa, linda moça, cativando-me mais a cada instante.
O corredor era bem comprido. Uma penumbra sagrada. Não era apenas um apartamento que eu iria conhecer. Estava adentrando a intimidade de uma pessoa. Enquanto caminhava, seguindo-a de perto, senti minhas mãos trêmulas. O que era isso, hesitação? Ora, não vejo nada demais nisso, tenho 18 anos. O que é então? Por que esse nervosismo agora? Agatha discretamente ajeitava o cabelo, e fazendo-o, olhava-me de relance. Como ela consegue? Haverá uma poção de beleza que ela toma escondida? Sim, porque ela está mais bonita e eu mais... Mais o que?
Agatha abriu a porta do seu apartamento. Sentindo que eu não estava ali perto, virou-se.
- Está tudo bem, Estevão?
- Sim, está tudo ótimo.
Com um olhar exprimindo algum desapontamento, ela continuou.
- Rápido demais?
Coloquei as mãos na cintura.
- Não sei, estou nervoso.
- Eu também. Nunca fiz isso antes.
- Nunca?
- Não.
- Estou nervoso, só isso. É que talvez eu não queira ver o final.
- Como assim?
- Bem, você sabe, depois de ficarmos juntos... Não sei.
- Quer ir embora?
- Não.
- Então o que é?
- Certo, vamos entrar!
Não quis falar disso com ela, porque estava com dificuldades de identificar os sentimentos naqueles momentos. Um misto de nervosismo com receio, e alegria, porque estava ali no seu apartamento e confiava plenamente em Agatha, muito embora poucas horas atrás, fosse ela uma completa estranha. Como pode ser? Não me faltava mais nada agora! Além de o tempo andar a cavalo, agora são os meus sentimentos e meus pensamentos resolvendo disputar uma luta de boxe. E eu serei o perdedor, estou vendo tudo.
Ela foi à frente, acendendo as luzes do apartamento. Um corredor comprido e estreito nos encontrou. Depois, uma sala, modestamente adornada. Alguns quadros na parede, uma televisão, um criado-mudo, uma mesa com duas cadeiras, um aquário, livros numa prateleira, fotografias de cães espalhadas pelo chão. Não ostentação ali, apenas simplicidade. Gostei. Sou simples também.
O corredor era bem comprido. Uma penumbra sagrada. Não era apenas um apartamento que eu iria conhecer. Estava adentrando a intimidade de uma pessoa. Enquanto caminhava, seguindo-a de perto, senti minhas mãos trêmulas. O que era isso, hesitação? Ora, não vejo nada demais nisso, tenho 18 anos. O que é então? Por que esse nervosismo agora? Agatha discretamente ajeitava o cabelo, e fazendo-o, olhava-me de relance. Como ela consegue? Haverá uma poção de beleza que ela toma escondida? Sim, porque ela está mais bonita e eu mais... Mais o que?
Agatha abriu a porta do seu apartamento. Sentindo que eu não estava ali perto, virou-se.
- Está tudo bem, Estevão?
- Sim, está tudo ótimo.
Com um olhar exprimindo algum desapontamento, ela continuou.
- Rápido demais?
Coloquei as mãos na cintura.
- Não sei, estou nervoso.
- Eu também. Nunca fiz isso antes.
- Nunca?
- Não.
- Estou nervoso, só isso. É que talvez eu não queira ver o final.
- Como assim?
- Bem, você sabe, depois de ficarmos juntos... Não sei.
- Quer ir embora?
- Não.
- Então o que é?
- Certo, vamos entrar!
Não quis falar disso com ela, porque estava com dificuldades de identificar os sentimentos naqueles momentos. Um misto de nervosismo com receio, e alegria, porque estava ali no seu apartamento e confiava plenamente em Agatha, muito embora poucas horas atrás, fosse ela uma completa estranha. Como pode ser? Não me faltava mais nada agora! Além de o tempo andar a cavalo, agora são os meus sentimentos e meus pensamentos resolvendo disputar uma luta de boxe. E eu serei o perdedor, estou vendo tudo.
Ela foi à frente, acendendo as luzes do apartamento. Um corredor comprido e estreito nos encontrou. Depois, uma sala, modestamente adornada. Alguns quadros na parede, uma televisão, um criado-mudo, uma mesa com duas cadeiras, um aquário, livros numa prateleira, fotografias de cães espalhadas pelo chão. Não ostentação ali, apenas simplicidade. Gostei. Sou simples também.
continua
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