Papo de Elevador (2009) Parte 9
VERÔNICA!!!
- Alô?
- Oi Amor.
- Oi! Oi João! Estava agora mesmo pensando em você. Tudo bem?
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
- João? Pelamordedeus João! O que está acontecendo? Você foi despedido? Bateu o carro? Está estressado?
- Não, não e sim.
- Sim? Para o estressado?
- É...
- Meu querido, diz o que está acontecendo, diz! Vamos nos encontrar em algum lugar. Você consegue pedir dispensa no serviço?
- Amor, estou cansado e estressado. Minha vida não tem sentido. Faço tudo e falo tudo automaticamente, sem pensar.
- De onde você tirou essas idéias?
- Eu percebi isso. Hoje.
- É a primeira vez que ouço essa sua queixa.
- Pois é. Estava dormindo. E agora acordei.
- Dormindo no serviço? Ai João, e se o seu chefe te descobre?
- Não Verônica, não. Presta atenção. Dormindo no sentido figurado.
- Estou prestando atenção. Fica calmo.
- Eu sempre falo as mesmas coisas. Para todo mundo.
- Todo mundo? Eu também?
- Acho que sim...
- Como se eu fosse uma qualquer?
- Não. Isso não.
- João, estou nervosa. Droga, agora meu dia foi por água abaixo! Queria ficar aí contigo.
- Estou deprê. Envolto numa nuvem de azar. Pisei com o pé esquerdo hoje.
- João, é, mudando de assunto bem rapidinho amor, tá? É rapidinho: você falou com o Agenor desmarcando o final de semana?
- Falei sim, mas não sobre isso. Eu liguei pedindo ajuda. E não obtive nada.
- Ligou pedindo ajuda? Para o Agenor, que vive falando de futebol!? Você ligou para mais alguém?
- Sim, para a farmácia. Queria um remédio. Não entenderam o meu mal-estar.
- Poxa amor. Que falta de consideração! Você deveria ligar primeiramente para a sua esposa.
- Verônica! Não está me ajudando!
- Desculpe.
- Tenho medo de sair na rua e conversar com o porteiro do prédio. Tenho medo de encontrar pessoas no elevador. Mdo de sair da minha própria sala e dar de cara com o chefe!
- João, calma. Calma, amor! Hoje a noite você descansa, a gente conversa. Tudo isso vai passar. E logo chega o final de semana na praia.
- Não quero mais ouvir tudo bem. Tudo bem?
- Tá, amor.
- Estou com dor de cabeça.
- João?
- Oi?
- Liga para o Agenor, desmarcando o final de semana. Assim você relaxa.
- Que remédio.
- Não entendi.
- Tem pelo menos TV a cabo na praia?
(FIM?)
- Alô?
- Oi Amor.
- Oi! Oi João! Estava agora mesmo pensando em você. Tudo bem?
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
- João? Pelamordedeus João! O que está acontecendo? Você foi despedido? Bateu o carro? Está estressado?
- Não, não e sim.
- Sim? Para o estressado?
- É...
- Meu querido, diz o que está acontecendo, diz! Vamos nos encontrar em algum lugar. Você consegue pedir dispensa no serviço?
- Amor, estou cansado e estressado. Minha vida não tem sentido. Faço tudo e falo tudo automaticamente, sem pensar.
- De onde você tirou essas idéias?
- Eu percebi isso. Hoje.
- É a primeira vez que ouço essa sua queixa.
- Pois é. Estava dormindo. E agora acordei.
- Dormindo no serviço? Ai João, e se o seu chefe te descobre?
- Não Verônica, não. Presta atenção. Dormindo no sentido figurado.
- Estou prestando atenção. Fica calmo.
- Eu sempre falo as mesmas coisas. Para todo mundo.
- Todo mundo? Eu também?
- Acho que sim...
- Como se eu fosse uma qualquer?
- Não. Isso não.
- João, estou nervosa. Droga, agora meu dia foi por água abaixo! Queria ficar aí contigo.
- Estou deprê. Envolto numa nuvem de azar. Pisei com o pé esquerdo hoje.
- João, é, mudando de assunto bem rapidinho amor, tá? É rapidinho: você falou com o Agenor desmarcando o final de semana?
- Falei sim, mas não sobre isso. Eu liguei pedindo ajuda. E não obtive nada.
- Ligou pedindo ajuda? Para o Agenor, que vive falando de futebol!? Você ligou para mais alguém?
- Sim, para a farmácia. Queria um remédio. Não entenderam o meu mal-estar.
- Poxa amor. Que falta de consideração! Você deveria ligar primeiramente para a sua esposa.
- Verônica! Não está me ajudando!
- Desculpe.
- Tenho medo de sair na rua e conversar com o porteiro do prédio. Tenho medo de encontrar pessoas no elevador. Mdo de sair da minha própria sala e dar de cara com o chefe!
- João, calma. Calma, amor! Hoje a noite você descansa, a gente conversa. Tudo isso vai passar. E logo chega o final de semana na praia.
- Não quero mais ouvir tudo bem. Tudo bem?
- Tá, amor.
- Estou com dor de cabeça.
- João?
- Oi?
- Liga para o Agenor, desmarcando o final de semana. Assim você relaxa.
- Que remédio.
- Não entendi.
- Tem pelo menos TV a cabo na praia?
(FIM?)
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