Grito de Agonia (2004) parte final

Ela parou. Olhou para o público que a amava e que a seguia como um exemplo. Enxugou as lágrimas. Levantou. Com uma das mãos pegou o microfone e disse: “Queridos fãs, hoje me despeço de vocês. Não mais cantarei. Não mais seguirei essa vida. Quero um pouco de paz”. Ao dizer isso, retirou-se sem dar satisfações para ninguém. Os músicos boquiabertos ficaram sem reação. O público nada compreendeu. Mas no fundo sabiam que haviam perdido o seu ícone.

Mais tarde, nos dias que se seguiram, os empresários, furiosos, exigiram que ela voltasse, que honrasse o contrato assinado, sob pena de pesadas multas. Mas Jenifer não voltou atrás. Aceitou as penalidades impostas pelos dirigentes da banda. Perdeu quase todos os bens materiais que possuía. O seu nome foi ridicularizado na mídia. Mas ela não se importava mais.

Algumas semanas depois, usando um vestido rosa bem simples, com os cabelos presos e óculos escuros, e com apenas uma mala de mão, foi até um terminal rodoviário e comprou uma passagem. Iria de ônibus para a cidade dos seus pais, dos seus verdadeiros amigos e de Pedro. Queria muito vê-lo, abraça-lo, sentir um pouco de amor. Queria ver os seus pais, deitar no colo deles e chorar. Nunca mais sairia dali, pensou.

Estava agora pobre, mas no caminho da paz. Um novo começo!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

If Ye Love Me, música de Thomas Tallis